terça-feira, 25 de novembro de 2008

A Mulher de 30 e Poucos

Nunca li Balzac. Confesso que tentei algumas vezes, mas sempre aparecia outra coisa mais legal. Comecei a tentar por volta dos 28 anos, para me preparar para ser uma mulher de 30. Achei que para chegar a essa idade precisaria de algum ritual especial, afinal é uma data importante. Pensei em ficar na frente do espelho à meia-noite, vendo se alguma mudança mágica seria perceptível. Igual aquele episódio do Mad About You. E pra te falar a verdade, eu não lembro como foi fazer 30 anos. Se bobear, eu até fiz isso...

A cada ano que passa eu travo uma luta comigo. Demoro horrores para aceitar um ano a mais. Fico inventando ritos de passagem, resoluções para o próximo ano (fico pior que no ano novo), surto querendo comprar cremes anti-rugas. E a cada ano, o aniversário chega, o ano conta mais um, e nada realmente muda. Eu continuo fazendo as mesmas coisas, gostando das mesmas coisas. Basicamente sendo eu mesma.

Esse ano a loucura veio em forma de auto-retrato. O que de certa forma é ótimo, já que eu acabo transformando insanidade em arte. Anyway, acho que eu fiz mais fotos nesses últimos dias do que na minha vida inteira. Uma obsessão louca com a estética, coisa que eu nunca tive. Uma necessidade de auto preservação. Uma consciência terrível de que o tempo está passando.

E sem comentários de que eu continuo igual. Por dentro eu sei que continuo igual. Continuo vendo todos os seriados. Continuo adorando video game. Continuo querendo sair pra balada. Continuo gostando de menino mais novos (e de preferência cabeludos). Continuo ouvindo rock and roll. Mas, por fora, a coisa já não é mais a mesma. Parece que aquele vigor, aquele brilho está, aos poucos, sumindo. E o que fazer para mantê-lo? Agora ficou mais claro o porque do post anterior?

E toda vez que eu entro nessa neura de ficar mais velha eu penso em pegar aquele Balzac empoeirado que está lá na estante amarelando. E toda vez eu paro enfrente à estante, olho para todas as lombadas e deixo o Balzac pra lá. Dessa vez eu escolhi o Coisas Frágeis do Neil Gaiman. Ser uma balzaquiana já é o suficiente. Não preciso de um livro chato. Ah, e eu estou fazendo 33.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Sem Anestesia

Todo mundo quer ficar bonito e ninguém quer envelhecer. Você já pensou o que essa frase está fazendo com a cabeça das pessoas hoje em dia? A perfeição plástica parece ser mais procurada do que sucesso, fama e dinheiro - coisas que dez entre dez aspirantes a celebridades sempre tiveram no topo de suas listas de desejos. Rosto lindo e iluminado, corpo enxuto e sarado e, claro, um gatinho ou uma gatinha quinze anos mais novo (a) é a febre do momento.

E como conseguir esse semblante de diva? Fácil! Basta você fazer a dieta daquela apresentadora, aquela que você só come barras de cereal e sopa por sete dias, e ela garante que você não vai ficar doente e vai ficar com o corpinho igual ao dela. Mas, cuidado, leia as letrinhas miúdas, não faça a dieta por mais de sete dias seguidos, senão ela já não garante mais nada. Seu problema não é o peso, mas a flacidez? Sem problemas! É só você comprar aquele super aparelho de abdominais, fazendo apenas apenas três minutos por dia você fica com o corpo sarado, igualzinho ao dos modelos da propaganda. Mas não ligue agora, você ainda pode ganhar um gel contra estrias e celulite! Viu como é fácil? Basta ter dinheiro, um telefone e muita ingenuidade!


As coisas saíram de controle de uma forma tal, que até um creme anti-rugas que promete alterar seu DNA já foi inventado. Qual o problema de envelhecer? Por que as pessoas odeiam tanto as suas rugas? Eu sei que essa é uma frase banal, mas elas realmente contam sua história. Cada ruga no seu rosto é um momento vivido, sofrido, ultrapassado. Elas servem pra te lembrar quem você é. Pra você não se perder achando que ainda tem dezoito anos, com um carro esporte, careca aparente e rabo de cavalo. Todo mundo passa por fases na vida e elas devem ser bem vividas.

Mas, se suas rugas realmente te incomodam, você pode recorrer às cirurgias plásticas, ao botox e outras intervenções que vâo combinar seu exterior ao seu interior. Afinal de contas, o que é uma toxina botulínica na testa ou um siliconezinho pra ficar com o bocão da Angelina Jolie? E isso é só o começo. Aquele culote que fica um horror na sua calça nova da Diesel vai embora numa lipo. Seu peitinho fica tão sem graça naquele top da Glória Coelho? Silicone! 250ml de cada lado devem bastar. Sem contar as outras tantas coisas que você pode mexer: arrebitar o nariz, tirar as bolsas debaixo dos olhos, levantar as sobrancelhas, esculpir a barriga, colocar bumbum e batata da perna... Ufa! Assim, qualquer uma vira diva!

Você não tem dinheiro pra tudo isso? Tudo bem, pelo menos no mundo virtual você pode ser maravilhosa. Como? Photoshop. Esse programa maravilhoso que faz todas as mulheres serem perfeitas e posarem peladas por aí. E os homens acreditarem que ela são assim de verdade e comprarem cada vez mais essas revistas. Aí, é só você colocar sua foto de modelo-anoréxica-numa-pose-sensual-com-pouca-roupa no orkut e esperar os milhões de babões que vão te deixar mensagens. Não acredita? Faça o teste, eu garanto.

Retocar fotografias não é coisa moderna. O grande fotógrafo George Hurrell, que clicou as maiores estrelas do cinema americano nas décadas de 30 e 40, já sabia como transformá-las em divas. Aliás, eram suas fotografias que as colocavam no pedestal. Não que Rita Hayworth, Greta Garbo ou Bettie Davis fossem feias, mas com a ajuda de Hurrell e seu retoque mágico... Explico. Hurrell foi um mestre da iluminação e conseguia trazer charme, glamour e elegância onde nada existia. Obsessivo e perfeccionista na arte da ilusão, Hurrell retocava a exaustão os negativos para eliminar imperfeições dos rostos e corpos das grandes estrelas.

Cada negativo era retocado e trabalhado com pó de grafite, retirando defeitos e linhas indesejadas. O resultado era uma transformação fotográfica feita por um pintor, que sabe, melhor do que ninguém, extrair refinamento e beleza de seus modelos; sua luz interna.

Desde que o mundo é mundo, as pessoas querem ser mais bonitas. Homens e mulheres, vamos deixar bem claro. Mas, o que é ser bonito? Beleza é uma convenção da sociedade. Na era renascentista, as belas mulheres pintadas pelos mestres mostravam a perfeição dos corpos. Corpos esses saudáveis e um pouco roliços.

Mesmo as divas do cinema, clicadas por Hurrell, nos mostram um padrão de beleza completamente diferente do que vemos hoje em dia. Nas décadas de 30 e 40, quanto mais largo o quadril, mais bela. A famosa cinturinha de pilão. Jean Harlow e Jane Russell são os melhores exemplos. E o que dizer das lindas modelos de Fernando Botero? Gordinhas e simpáticas, tomaram a década de 50 e 60 em pinturas e esculturas ao redor do mundo. Até sua própria Monalisa ele fez.

A cada momento nossa concepção pré-fabricada de beleza passa por tranformações. Por conta dos milhões de norte-americanos obesos, viciados em fast-food, estar um pouco acima do peso, porém completamente saudável, virou uma coisa condenável. Infelizmente grande parte do mundo se baseia nessa cultura dominante e as gêmeas Olsen e a Ally McBeal acabam virando parâmetro para as meninas de hoje.

A beleza já foi estudada e é considerada uma ciência. Em rasas palavras, quanto mais simétrica for a pessoa, mais bela ela é considerada pela grande maioria dos espectadores. Por isso aqueles atores que todos consideram belezas unânimes fazem tanto sucesso. É comprovado que a beleza facilita a vida das pessoas e abre muitas portas, pessoal ou profissionalmente. Todos gostamos de observar um belo rosto. É mais agradável conviver com pessoas bonitas. E não sou eu que estou afirmando isso, é a Nancy Ettcoff em seu livro A Ciência da Beleza. Recomendo a leitura.

Se você é belo ou não, gordo ou magro, com ou sem plástica, o importante é estar feliz consigo. Viver uma vida plena, com as rugas, os desafios e as tristezas que todos devemos passar. Mesmo que elas estejam escondidas debaixo do tapete ou, no caso, debaixo do botox.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

No Alarms And No Surprises

Não é o máximo quando a gente conhece alguém novo? As primeiras conversas são sempre o máximo, você começa a descobrir quem é aquela pessoa na sua frente. E a cada palavra, uma pecinha do quebra-cabeça vai se encaixando. E você vai criando uma imagem idealizada, praticamente perfeita e começa a acreditar que aquela é a tampa da sua panela, a metade da sua laranja e tantas outras expressões de cunho popular que não caberia aqui.

E o melhor é quando vocês têm tudo em comum. “Não acredito que você também adora a versão de Sweet Jane do Cowboy Junkies!”. “Claro. É bem melhor que a do Velvet”. E por aí vai. Quando você menos espera, já estão um completando as frases do outro. E, enquanto o romance vai florescendo, as músicas vão se encaixando. De mansinho. Durante o primeiro beijo, estava tocando Angie, dos Stones. Durante a primeira transa, Morrissey dizia que There’s a Light That Never Goes Out. Durante o primeiro eu te amo, Radiohead, No Surprises.

A vida fica tão bonita quando a gente tem música para todos os momentos. E eu, que sempre fui fã dos bons e velhos cds, adorava montar a trilha sonora da minha vida. Muito antes da Kiss FM usar o bordão. Ou sequer existir. Uma pitada de New Order, True Faith, seguida de My Sacrifice, do Creed. É bom deixar bem claro que quando você está apaixonado, perde um pouco do discernimento e acaba ouvindo coisas como Creed. Mas, felizmente, isso passa.

Como nem tudo são flores, um dia você descobre que aquela metade da laranja estava azeda. E que o que seja eterno enquanto dure é verdade. Aí vem a parte chata, dividir os bens. E pra lembrar quem comprou que cd? Sem contar aquele que você sabe que não é seu, mas vai fazer a maior falta. Se eu fosse catalogar todos os cds que eu perdi ao longos dos anos, dava pra montar uma loja. Alguns eu sinto falta até hoje. Como a trilha sonora do Assassinos por Natureza, do Romeu e Julieta, o primeiro do Live. Não que eu não os tenha recuperado. Pra isso serve o emule. Mas eu acho super legal ter a caixinha, o encarte.

Eu sou da época que comprar um cd era um evento. Você esperava ansiosamente o lançamento. Ia até a Galeria do Rock, encontrava os amigos, colocava a conversa em dia e via tudo o que tinha de novo. E voltava pra casa feliz com sua nova aquisição. E aí era só colocar no aparelho som e acompanhar as músicas lendo o encarte. Como eu sinto falta dos encartes. Alguns eram tão bacanas. Cheio de fotos e com as letras das músicas.

Hoje em dia isso não faz mais sentido. Eu não tenho o costume de gravar minhas músicas em cd, afinal só escuto no computador. Mas continuo com a mania de montar trilhas sonoras. Afinal, músicas me lembram pessoas e pessoas me lembram músicas. E nada mais legal que ouvir aquela música e lembrar de alguém querido...

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

I Still Haven't Found (What I'm Looking For)

Tô em crise. Musical. É sério. Abro meu i-tunes e não tenho mais vontade de ouvir nada. E olha que eu tenho bastante diversidade. Dá pra ouvir mais de um dia sem repetir. Isso porque eu fiz uma faxina essa semana, porque já tava quase nos 10 giga. E mesmo assim não consigo ouvir nada. Começo alguma coisa, enjôo, fico inquieta e mudo. E vou fazendo isso o dia inteiro. Nesse momento estou no mais completo silêncio. E me sentindo muito à vontade. Acho que estou perdendo meu poder de decisão. Ou ficando surda.

Atualmente só algumas poucas bandas têm preenchido esse meu vazio. Nos momentos mais eufóricos, eu passo o dia ouvindo Killola. Nos mais animadinhos e dançantes, Daft Punk e nos mais introspectivos, Air. E é só isso. Pode olhar no meu perfil da lastfm. Nem o truque de colocar no party shuffle tem me ajudado. Eu vou lá e mudo. E mudo. E mudo. Até os Beatles têm me dado nos nervos. Nem o bom e velho Frank Sinatra tem cumprido seu papel. E coitado do Elvis, faz tempo que ele não consegue falar um “thank you, thank you very much” por aqui.

E pra piorar essa frustração, passo o dia procurando coisas novas no myspace. Até achei coisas bem interessantes, mas nada que me desse aquela sensação de uma adolescente vendo o Menudo pela primeira vez. Pra quem não é desse tempo, pode substituir pela sua boy band preferida, New Kids On The Block, N-Sync, Backstreet Boys... se alguém falar Jonas Brothers apanha. Porque esse blog deveria ser para maiores. E se você é maior e ouve Jonas Brothers deveria apanhar em dobro.

E me fala o que é esse disco novo do David Cook? Eu passei a temporada inteira do American Idol torcendo por ele, chorei quando ele ganhou, sou membro de todos os fã clubes virtuais possíveis, sou até amiga de myspace do irmão dele. Essa semana eu recebi um teaser do disco novo. Como diria o querido Ianni, “apaputaquepariu”!!! Emo ninguém merece, nem os próprios emos! Até o olho pintado de preto o corno tá usando! A voz dele continua maravilhosa, mas eu vou continuar ouvindo as apresentações do Idol.

E aqui eu deixo meu apelo. Se alguém tiver uma sugestão de uma banda muito boa, que vai rock my world, entre em contato. E como eu sou bem legal, e gosto de ajudar os amigos, quem quiser conhecer a banda Killola, é só entrar no site www.killola.com e baixar o disco deles de graça. E não, eu não estou ganhando nada pra isso.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Onde o Rock Errou?

Sabe o que eu não consigo entender? Como alguém consegue mudar de opinião tão radicalmente com relação à música? Por exemplo, imagina que você passou anos gostando de chocolate ao leite. De repente, um dia, você não gosta mais. E acha que só o chocolate meio amargo é bom. Eu entendo que a gente enjoa das coisas. Eu sou sagitariana e fico entediada com as coisas em cinco minutos. Mudo de opinião como mudo de roupa. Mas, chocolate é chocolate. E música boa, é música boa.

Mais uma vez a culpa é do orkut. Preciso sair desse negócio, a Flávia tem razão, é coisa do demônio. E dessa vez eu nem estava fuçando, simplesmente apareceu na minha cara. Sabe aquela coluna das atualizações dos seus amigos? Então, tava lá que uma amiga minha tinha colocado fotos novas. Não vou dar nomes aos bois, nem adianta. Se quiser tentar descobrir, procure você mesmo. E eu fui olhar as fotos da moça. Primeiro, um auto-retrato com a camiseta do CPM22. Depois de me recuperar do quase infarto, continuei. Ela e as amigas num show de pagode. Parece normal pra você? Pois pra mim não é normal alguém que passou a adolescência inteira vestindo preto, mesmo que num calor de 40 graus, e gastando a mesada inteira com discos de metal, estivesse parecendo a Fergie do terceiro mundo.

Não que ela deveria continuar se vestindo com camisetas de bandas, isso é só para iniciados, mas renegar o passado assim? Achar que CPM22 é rock? Não, tá tudo errado! Mas eu até perdoaria o CPM se não fosse o show de pagode. Aí pegou pesado demais. Isso não é enjoar de chocolate, é comer cocô achando que é chocolate. Tudo bem, posso até estar sendo muito radical, afinal já é madrugada e eu não consigo dormir. Mas se alguém entende, por favor me explica.

Mas isso não é tudo! Um pouco mais abaixo, uma outra amiga, que frequentou muito show de rock comigo, tinha acabado de subir um vídeo. Banda Eva. Gente, só pode ser pegadinha. Eu ainda estou esperando o Sergio Mallandro pular do meu lado gritando um “Rá!”. Porque só assim eu vou conseguir entender. Eu adoro música trash, Magal, Gretchen, Trio Los Angeles, Jessé. Rolo de rir com isso. Adoro cantar “Evidências” no karaokê. Sempre escuto música romântica antiga, daquelas Alpha FM, afinal é um toque de classe no seu rádio. Mas não consigo viver sem o bom e velho rock and roll. Até aceito você ficar mais light depois de velho. Eu também não tenho mais a menor paciência pra Sepultura, mas tudo tem limite.

Agregar novos valores, tudo bem. Eu também agreguei jazz, blues, motown. Mas nunca reneguei meu passado. Inclusive assumi publicamente que sim, gostei de Guns’n’Roses. E mais, gostei e fui no show do Bon Jovi. E Rosana, cantando como uma deusa, é impagável. Mas eu nunca colocaria no orkut uma foto minha com a camiseta do NX Zero. Nem de brincadeira. Apesar de eu escutar Maroon 5 sozinha, escondida e no escuro.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Can't Buy Me Love

Eu amo rock and roll. Nasci ouvindo Beatles. Lembro que quando eu era criança, ganhei um desses tecladinhos vagabundos do Paraguai, porque na minha infância as coisas não eram “made in Taiwan”, mas sim dos sacoleiros que pegavam o ônibus na sexta à tarde pra cruzar a Ponte da Amizade e voltar no domingo cheios de canetinhas com 10 cores e cheiros, estojinhos com mil repartições e porcarias eletrônicas, assim como meu tecladinho. E ele era o máximo, não por causa das luzinhas verdes e vermelhas que acendiam te guiando pelas notas, mas porque ele vinha com duas músicas pré-programadas, “Ob-La-Di, Ob-La-Da” e “Michelle”, que me acompanharam durante muitos anos, assim como “Twist and Shout”, que eu sempre adorei cantar e dançar.

Mas criança sempre gosta das mesmas músicas que os pais, além da Xuxa, do Balão Mágico e da Mara Maravilha. E o momento crucial é a chegada da adolescência, onde você decide o que vai ser da vida. E você pensando que isso era tarefa da faculdade, né? Imagina! É na adolescência que você vai ser rotulado, que você vai ganhar aquele apelido que vai te acompanhar por anos e que você vai se encaixar em algum grupo. E é na adolescência que você começa a moldar seu repertório musical. Eu lembro ter flertado um pouco com o chamado “house”, que não parece em nada com o putz-putz que as danceterias promovem hoje. Mas sim um eletrônico mequetrefe, com raiz nas músicas ruins da década de 80. Hoje é chamado de “flash house” e eu ainda me divirto lembrando do Bomb the Bass, Sigue Sigue Sputinik, Kon Kan, C&C Music Factory e tantos outros menos famosos.

Mas isso durou bem pouco. Porque um dia eu escutei a música que mudaria por completo o rumo da minha vida. Guitarras distorcidas e uma voz aguda, mas ao mesmo tempo rouca, okay, esganiçada. É isso mesmo que você pensou. Guns’n’Roses. No auge de seu primeiro sucesso, “Sweet Child O’Mine”. Uma semana depois eu já teria decorado todas as músicas do “Appetite for Destruction”. E, a partir desse momento, I gave my soul to rock and roll. Por completo. Gostei de hard rock, heavy metal, hair metal, de bandas tão variadas como Megadeth e Extreme. Nas paredes do meu quarto, cabeludos e mais cabeludos. E eu não tinha aquela história de rixa entre bandas. Gostava tanto de Guns quanto de Skid Row. Aliás, Sebastian Bach era minha religião. E vê-lo em Gilmore Girls é uma das coisas mais cômicas dos últimos tempos.


O tempo vai passando e nosso gosto refinando. Passei por várias fases musicais que ainda serão motivos de entretenimento por aqui, pois renderam muitas histórias e memórias. Mas como já disse Elis Regina – não, eu não gosto de MPB, mas a música se encaixa – “ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais”. E enquanto essas palavras são escritas, John, Paul, George e Ringo continuam à toda. Não mais naquele velho vinil que ainda está na estante, mas em versão mp3. With love, from me to you.