segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Can't Buy Me Love

Eu amo rock and roll. Nasci ouvindo Beatles. Lembro que quando eu era criança, ganhei um desses tecladinhos vagabundos do Paraguai, porque na minha infância as coisas não eram “made in Taiwan”, mas sim dos sacoleiros que pegavam o ônibus na sexta à tarde pra cruzar a Ponte da Amizade e voltar no domingo cheios de canetinhas com 10 cores e cheiros, estojinhos com mil repartições e porcarias eletrônicas, assim como meu tecladinho. E ele era o máximo, não por causa das luzinhas verdes e vermelhas que acendiam te guiando pelas notas, mas porque ele vinha com duas músicas pré-programadas, “Ob-La-Di, Ob-La-Da” e “Michelle”, que me acompanharam durante muitos anos, assim como “Twist and Shout”, que eu sempre adorei cantar e dançar.

Mas criança sempre gosta das mesmas músicas que os pais, além da Xuxa, do Balão Mágico e da Mara Maravilha. E o momento crucial é a chegada da adolescência, onde você decide o que vai ser da vida. E você pensando que isso era tarefa da faculdade, né? Imagina! É na adolescência que você vai ser rotulado, que você vai ganhar aquele apelido que vai te acompanhar por anos e que você vai se encaixar em algum grupo. E é na adolescência que você começa a moldar seu repertório musical. Eu lembro ter flertado um pouco com o chamado “house”, que não parece em nada com o putz-putz que as danceterias promovem hoje. Mas sim um eletrônico mequetrefe, com raiz nas músicas ruins da década de 80. Hoje é chamado de “flash house” e eu ainda me divirto lembrando do Bomb the Bass, Sigue Sigue Sputinik, Kon Kan, C&C Music Factory e tantos outros menos famosos.

Mas isso durou bem pouco. Porque um dia eu escutei a música que mudaria por completo o rumo da minha vida. Guitarras distorcidas e uma voz aguda, mas ao mesmo tempo rouca, okay, esganiçada. É isso mesmo que você pensou. Guns’n’Roses. No auge de seu primeiro sucesso, “Sweet Child O’Mine”. Uma semana depois eu já teria decorado todas as músicas do “Appetite for Destruction”. E, a partir desse momento, I gave my soul to rock and roll. Por completo. Gostei de hard rock, heavy metal, hair metal, de bandas tão variadas como Megadeth e Extreme. Nas paredes do meu quarto, cabeludos e mais cabeludos. E eu não tinha aquela história de rixa entre bandas. Gostava tanto de Guns quanto de Skid Row. Aliás, Sebastian Bach era minha religião. E vê-lo em Gilmore Girls é uma das coisas mais cômicas dos últimos tempos.


O tempo vai passando e nosso gosto refinando. Passei por várias fases musicais que ainda serão motivos de entretenimento por aqui, pois renderam muitas histórias e memórias. Mas como já disse Elis Regina – não, eu não gosto de MPB, mas a música se encaixa – “ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais”. E enquanto essas palavras são escritas, John, Paul, George e Ringo continuam à toda. Não mais naquele velho vinil que ainda está na estante, mas em versão mp3. With love, from me to you.

3 comentários:

Madalena Leles disse...

O Paraguai nunca contribuiu para que eu aprendesse a tocar algo, mas passei minha infância ouvindo música paraguaia, polcas pra ser mais precisa. Até hoje quando ouço Mercedita tenho vontade de cantar alto e sair dançando como se estivesse alguém me acompanhando, me segurando pela cintura e rodopiando na garagem da antiga casa que morei.
Em casa, ainda na infância, minha mãe comprava discos "diferentes" tipo da Aretha (filha de Vanusa), Metrô (banda anos 80), Palhaço Carequinha, Mônica e Seus Amigos... depis chegou Menudo. Ah, sabia cantar tuuuudo! E tb adorava O LP dos Saltimbancos Trapalhões.
Fiquei órfã de rock, que só ouvia nas viagens de carro, que ,eu pai colocava K7 dos Beatles ou Queen e todo mundo cantava junto até ver o mar (hooooras depois).
Meus irmãos nunca tiveram gosto pra música e tinham preconceito com quem gostava de rock mais pesadinho. Quando saí de casa, aos 18 tive que fazer minha identidade musical sozinha... Aprendi a gostar de anos 60, 70 e 80, mais Suede, New Order, Strokes, Joy Division, Beach Boys, Blondie... etc etc etc. Mas a Marcedita e Terra Tombada de Chitãozinho e Xororó serão sempre carregados comigo, o que posso fazer, né?

Unknown disse...

Saudosismo é sempre bom hahahha
Agora... vc gosta d MPB sim e não quer admitir... assume q vc tem um DVD do Chico e uma fita k7 do Toquinho hahahah...

Bjão

Anônimo disse...

Ah, gora sim eu comentcho! Antes tinha que ter blog e tal... '=) Não serve fotolog? '=D